Fortalezas da Raia: Almeida, Marvão e Valença avançam com candidatura à UNESCO
- bcs543
- 28 de jun.
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Atualizado: 9 de jul.

As câmaras de Almeida, Marvão e Valença do Minho formalizaram a candidatura conjunta das Fortalezas Abaluartadas da Raia a Património Mundial da UNESCO, entregue a 4 de junho de 2024 ao presidente da Comissão Nacional da UNESCO, embaixador José Moraes Cabral, numa cerimónia no Centro de Estudos de Arquitetura Militar, na praça-forte de Almeida.
A proposta destaca um conjunto de valores históricos e culturais profundos, evidenciando a fronteira mais antiga do mundo entre Portugal e Castela, representada por estas fortalezas estrategicamente alinhadas. Segundo João Campos, coordenador da candidatura, o foco vai além das estruturas físicas — sublinha o património imaterial, fruto da transmissão de conhecimento e diplomacia militar que floresceu na fronteira, com tratados e engenharia que marcaram a cultura europeia. A candidatura salienta também o caráter pacífico da fronteira portuguesa — construída durante tempos de conflito, mas desde então marcada por sentimentos de cooperação e estabilidade.
O vasto território raiano, comparável em extensão apenas à fronteira entre Rússia e Finlândia na Europa, é realçado como uma obra monumental do ponto de vista patrimonial. O caráter transfronteiriço da iniciativa é claro: a proposta, que envolve os municípios de Almeida (Guarda), Marvão (Portalegre) e Valença (Viana do Castelo), inclui futuros bens históricos do lado espanhol, abrindo caminho a uma candidatura alargada e colaborativa. O processo, altamente exigente e complexo, exigiu articulação contínua entre três autarquias e representa um esforço coletivo significativo.
Com entrega prevista em Paris em 2025, o dossier será avaliado por peritos internacionais e seguirá para decisão do Comité do Património Mundial.
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